ANTAQ divulga o Anuário Estatístico Aquaviário 2020 em vídeoconferência realizada pela ADECON e ANDMAP
A ADECON – Agência de Desenvolvimento do Corredor Centro-Norte, em parceria com a ANDMAP – Associação Nacional de Direito Marítimo, Aduaneiro e Portuário, realizou na tarde do dia 10/03, a videoconferência para apresentação do Anuário Estatístico Aquaviário 2020. Na abertura do Evento, o presidente da ADECON, Roland Klein, declarou que o trabalho da ANTAQ é referência na produção de dados estatísticos do setor e que representa o retrato da movimentação da economia marítima brasileira. Apresentado pelo Diretor da Agência Reguladora, Adalberto Tokarski, o evento foi debatido pelo presidente da EMAP, Ted Lago e pela Presidente da Comissão de Direito Marítimo e Portuário da OAB do Estado do Maranhão, Najla Buhatem Maluf.
Tokarski, se valendo dos atualizados dados produzidos pela ferramenta de estatística da Agência, efetuou análises e conclusões para os vários tipos de cargas. Nas exportações, por exemplo, o Minério de Ferro representa 52% em Toneladas, mas quando aferido em valores (US$), o agronegócio representa 26%, para soja, carne e açúcar. Ao comparar o crescimento da exportação de soja por regiões do Brasil nos últimos 10 anos, Norte e Nordeste tiveram um aumento de 830% contra os tradicionais portos do Sul e Sudeste com o incremento de 222%. Analisando sob outro aspecto, o diretor ressaltou que a movimentação de soja e milho no Arco Norte, situados acima do Paralelo 16’, já se equipara ao Sul e Sudeste.
Por fim, concluiu que a movimentação de mercadorias conteinerizadas no Porto do Itaqui com vistas ao mercado internacional, é primordial para o desenvolvimento dos estados que compõe o Corredor, porém atualmente pouco expressiva e, portanto, sugere que a EMAP e a ADECON envidem esforços em ações que promovam o incremento dessa modalidade para proteína animal, frutas e cereais entre outros.
Ao se dirigir ao presidente Ted Lago, o executivo da ADECON enalteceu o trabalho que vem sendo desenvolvido pela atual administração da EMAP, que tem reunido condições para a atração de investimentos no Porto, a exemplo do Novo TEGRAM, do novo armazém do Terminal de fertilizantes da COPI e dos Terminais da TEQUIMAR e SUZANO, além dos leilões de quatro arredamentos de área para granéis líquidos, programados para o início de abril/2021.
Ao iniciar sua fala Ted remontou ao início da PANDEMIA, quando os portos brasileiros responderam rapidamente a essa nova realidade. Dados atualizados da EMAP apontam que a movimentação de soja no porto é 21% maior do que no ano passado, projetando um acumulado para março/2021, da ordem de 1.9 MT, um acréscimo de 25%.
O dirigente do Porto do Itaqui esclareceu que vem preparando a infraestrutura do porto para o contêiner e que a drástica redução dessa movimentação ocorreu devido à dependência majoritária de único perfil de carga, que encerrou sua atividade produtiva de lingotes de alumínio. Mas o projeto de eletrificação para contêineres reefers, iniciado em 2017, atingirá a capacidade ampliada para 450 tomadas e que a atuação do ministro João Carlos Parkinson do MRE permitiu o investimento privado em um Terminal Frio que vai atender toda a região. Sobre os investimentos da BRADO em um novo Terminal em Imperatriz e a inauguração do Tramo Sul da Ferrovia Norte-Sul (RUMO Logística), o presidente da EMAP revelou que avalia formas de atração dessas cargas em direção ao Itaqui em detrimento dos portos do Sudeste.
Lago, salientou que o porto do Itaqui é vocacionado para combustíveis, fertilizantes e grãos e que o Brasil vem se consolidado como grande player no fornecimento de alimentos e aproveita esse momento em que a Ásia demanda estoques de proteína animal e soja. Nesse contexto o Corredor Centro-Norte e o complexo do Itaqui, têm excelência na logística com destino a esse mercado.
Coube a advogada Najla Buhatemm, buscar consolidar as falas de Adalberto Tokarski e Ted lago, ressaltando que os portos do Arco Norte se apresentam como um caminho natural para o escoamento dos grãos oriundos do MATOPIBA, em especial a produção do Mato Grosso através dos Portos do Itaqui, Santarém, Vila do Conde e Itaquatiara.
Najla chamou a atenção para o expressivo aumento na movimentação das commodities, evidenciado no Estatístico Aquaviário que, na sua visão, pode ser atribuído em parte, aos efeitos positivos da Lei 12.815/2013, que permitiu a disseminação dos TUP’s, ao romper as barreiras relativas à polêmica em torno da movimentação de cargas próprias e de terceiros. O planejamento do Ministério do Infraestrutura em torno do Modal Ferroviário e o Projeto de Lei BR do Mar, que deverá ampliar a oferta de transporte na Cabotagem, são iniciativas a se comemorar. São ações em favor da cadeia logística que contribuirão com incremento da participação do Brasil na corrente Internacional de Comércio, que segundo a OMC, representa apenas 1% do que é movimentado no planeta, finaliza.
O Presidente da ADECON se pronunciou com relação ao incremento na utilização de contêineres no Porto do Itaqui com vistas ao mercado internacional, quanto a necessidade de se trabalhar as cadeias produtivas na região para frutas e proteína animal, além da conquista desse potencial mercado consumidor externo e que em relação a infraestrutura, a construção da pêra ferroviária no porto, traria agilidade e redução de custos para a operação de contêineres.
Ainda em resposta ao questionamento do Diretor Tokarski, quanto a influência do Tramo Sul da Ferrovia sobre o destino das cargas rumo à Itaqui, Klein é de opinião de que uma das premissas dos portos do Arco Norte é justamente aliviar a pressão sobre os portos do Sudeste e que cabe aos atores do Corredor Centro-Norte cuidar para que se tenha eficiência e custos competitivos no Corredor de forma a não se inverter o sentido dessas cargas que têm o caminho natural pelo Norte/Nordeste.
Fonte da notícia: Antaq